Puebla de la Sierra e o projecto do Vale dos Sonhos

Se quer chegar a esta terra serrana vá pela estrada N1 no sentido de Burgos até à saída 76, volte á esquerda no stop e percorra 285 m, desvie à direita e entre na M-137 no sentido de Gandullas, Montejo de la Sierra. Siga por esta estrada até à entrada da

povoação de Prádena de Rincón. Na entrada de Pradena desvie à direita e siga pela M-130 até chegar a Puebla de la Sierra.

Entra numa paisagem de montanha – um anfiteatro rochoso, salpicado de árvores e bordejada de rios cristalinos.

Situa-se a 1161 m de altitude e conta com 108 habitantes. Povoação criadora de gado, com alguma agricultura, mas hoje essencialmente turística.

Diz-se ter origem numa povoação moura. No século XII, o Rei Afonso XII, oferece-a a cristãos pois tem interesse por motivos defensivos, criar aí povoações estáveis.

Oferece aos seus visitantes três caminhos pedestres: a senda das Pontes Velhas, a senda Circular Collado

Larda que nos leva até a barracos para guardar o gado, senda Circular da Torrecilla.

Tem para visitar a Praça do Municipio, a Igreja paroquial da Puríssima Conceição, a Ermida da Saudade a Fonte Velha o Moínho de Baixo.

Mas o que comove nesta paisagem de montanha, considerada pela Unesco, Reserva da Biosfera é a generosidade de um punhado de escultores espanhóis que resolveram oferecer à montanha um conjunto de esculturas que a tornam mais humana e misteriosa ao mesmo tempo.

São os escultores: Lucia Loren, Federico Eguia, Xavier Raventós, Karfer, Antonio Garza, Rafael Nadales, Joaquim Manzano, Ana Pérez Pereda, José Pablo Arriaga, Damián Girones, Perry Oliver, Maria José Zanón,Lorenzo Duque,J. Carlos López Páchon, Juan de Dios Sánchez, Antonio Morillo, Daniel Alonso Pérez, Sofia Isus Ventura, Alfredo Garzón, Luís Elorriaga,Juan Luís Molero, José Ignacio López,Jorge Egea IzQuierdo, BCB.

Com sonhos e mãos construíram as estátuas para este, por eles baptizado, Vale dos Sonhos, enchendo-o de

beleza e mistério, fazendo deste sítio um altar onde os velhos Celtas moldadores de ferro e outros metais, virão em noites de tempestade continuar sacrifícios em honra dos deuses das florestas.

De dois em dois anos uma bienal realizada por eles na Puebla de la Sierra, acrescenta à montanha mais umas quantas estátuas que por certo chamarão os peregrinos da arte, por montes e vales até chegarem a este santuário cultural.

O circuito do Vale dos Sonhos inicia-se na esquina das ruas Mayor e da Igreja. A obra em bronze que inicia o percurso é do escultor Eguia, grande impulsionador deste projecto e que escreveu o nome desta terra na história da escultura espanhola.

Um dia destes lá tornaremos a ver se Eguia, Mazano, Nadales, ou outros cultores da escultura lá acrescentaram mais caminho aos caminhos do vale dos sonhos.

Galeria Vieira Portuense

in “Cadernos d’Arte” Maio de 2009